"Vivia tudo com aquela intensidade de quem leva a sério as promessas do evangelho.
Por isso ele era de uma curiosidade que nunca descansava. Sempre à procura das últimas notícas, dos últimos incidentes, inclusive das últimas fofocas. Sempre à procura de indícios que reforçassem a sua convicção de que estávamos mesmo caminhando para a libertação. Persuadido de que o advento do reino era próximo, buscava os sinais, assim como nas parábolas do evangelho. Em tudo procurava sinais de otimismo. Tudo ia ser melhor: sensibilidade de cearense, por sinal, de nordestino em geral.
A Curiosidade era tanta que, às vezes, ele se deixava iludir. Mas, quando a realidade desmentia as suas previsões, não se deixava abalar, emediatamente descobria outros indícios que lhe ressuscitavam a esperança, e na busca dos sinais recomeçava."
Dom Helder, peregrino da utopia - caminhos da educação e da política.
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